Repórter
A
velocidade dos ventos registrada, nas últimas semanas, no litoral do Rio Grande
do Norte é atípica. Segundo o gerente de Meteorologia da Empresa de Pesquisa
Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Gilmar Bristot, “não é normal ter
rajadas de vento em torno de 40 e 50 quilômetros por hora km/h, nessa região,
durante esta época do ano. Normalmente, outubro é um mês em que os ventos
começam a perder força e, no começo de novembro, é registrado algo entre 10 e
15 km/h”.
Ana
SilvaDevido aos fortes ventos no litoral, a areia de dunas móveis às margens da
RN-306, no litoral norte da capital, invadiu parte da pista
O meteorologista explica que a força dos ventos que atua no Estado se deve a uma intensificação do centro de alta pressão do Atlântico Sul. Ainda de acordo com Gilmar Bristot, enquanto o centro de alta pressão se mantiver forte, as rajadas de vento continuarão, algo que, segundo ele, deve durar de cinco a dez dias. O Climatempo, site especializado em meteorologia, indica que Natal terá rajadas de até 36 km/h, hoje (4). A previsão para sábado (5) é de 34 km/h. No domingo (6) e na segunda-feira (7), são previstas rajadas de no máximo 35 km/h.
O gerente da Emparn chama a atenção para as consequências que o comportamento atípico dos ventos pode gerar, como as ressacas, as interdições de vias por conta de dunas móveis e a derrubada de estruturas. “É preciso ficar atento à manutenção. Na região litorânea, também há ação da maresia. E quanto à ressaca, o vento cria atrito sobre o oceano, intensifica a altura das marés. Dessa forma, cria ressaca especialmente no litoral leste”, destaca. A Marinha do Brasil emitiu alerta aos navegantes da área do litoral do RN, sobre a previsão de Aviso de Ressaca com ondas de 2.5 metros, na área entre Recife-PE e Fortaleza-CE, até as 0h de domingo.
O vento também produz efeitos sobre a RN-306, principal rodovia de acesso às praias do litoral norte como Pitangui, Muriú, Graçandu e Jacumã. A areia das dunas, movida pelo vento, toma faixas da via em determinados trechos, especialmente na entrada de Pitangui. Devido ao volume de areia, muitos veículos atolam no local.
De acordo com o diretor-geral do Departamento de Estradas e Rodagens do Rio Grande do Norte (DER/RN), o general Jorge Ernesto Pinto Fraxe, uma máquina foi levada à rodovia, ontem (3), para minimizar os problemas. “Um primeiro trecho já está com meia pista liberada. Um segundo local ficará liberado às 6h de amanhã (hoje). Vão ser duas máquinas trabalhando. Ao final do dia, os dois trechos estarão com as duas faixas limpas”, disse o general Fraxe.
Segundo o diretor-geral do DER/RN, está em andamento um projeto de preservação e contenção das dunas móveis, para evitar os transtornos no local. “Serão seis meses em processo de licitação, depois seis meses organizando o projeto de engenharia ambiental, mais seis meses licitando a obra e de seis a oito meses executando-a, com uma empresa responsável pela fiscalização”, explicou.
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